Muito tem se falado em Advocacia 4.0, mas na realidade o que é? Todos escritórios devem seguir esta tendência? E os ganhos realmente são significativos? Quanto custa todo esse processo?
Para começar, o que é Advocacia 4.0? “Basicamente, é a nova maneira de um advogado, ou escritório de advocacia, atuar no mercado utilizando-se de todos os novos recursos tecnológicos que foram introduzidos nos últimos 40 anos”, comenta Fernando Magalhães, fundador e CEO da OM Assessoria, empresa especializada em gerar soluções claras para resoluções de problemas e para o desenvolvimento dos escritórios de advocacia, tanto financeiramente quanto qualitativamente.
Entre os recursos surgidos ao longo dos últimos 40 anos estão o advento da Internet e, com ela, o e-mail e, mais recentemente, o WhatsApp. Para por aí? Não. Existem outras ferramentas que vieram com a internet que podem alavancar o resultado de qualquer escritório (importante estar sempre em conformidade com as políticas da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB). Site, blog, Facebook e Instagram são algumas destas ferramentas que, se bem usadas, podem mudar a história do escritório.
“Outro ponto importante é a digitalização de documentos pesquisáveis: os programas de gerenciamento eletrônicos de documentos (GED) e a tão falada “nuvem”. Tudo pode ser armazenado de forma virtual, diminuindo o espaço físico necessário para arquivos. Pode-se pesquisar qualquer documento de qualquer lugar do mundo como se estivesse no seu próprio escritório”, lembra Magalhães.
Ainda na esteira tecnológica, a grande maioria dos tribunais já estão preparados para o peticionamento eletrônico e, em alguns casos, audiências feitas a distância.
E isso também é um ganho para o escritório. Será que é necessário ir até outra cidade para conversar com o cliente sobre determinada ação? Existe o telefone, mas colocar toda a diretoria numa sala, vendo cada participante e ainda podendo mostrar em sua apresentação, torna o trabalho muito mais ágil.
“Na última década começaram a aparecer no mercado softwares específicos para o mercado jurídico de todos os tamanhos, funcionalidades e preços. Lógico, como em qualquer mercado tem sempre os bons e os ruins (e por que não falar os excelentes e os péssimos?). Resumidamente, estes programas estão divididos em duas partes: gerenciamento de processos e gestão financeira”, alerta o especialista.
A função de um gerenciador de processos é ter todas as informações sobre os processos em um único lugar, receber as intimações diretamente na sua agenda virtual, designar quem deve fazer o que e em quanto tempo deve cumprir a tarefa, entre outras funcionalidades mais específicas. Quanto à gestão financeira, o gestor consegue ver o fluxo de caixa do escritório, fazer orçamentos, ver quem está devendo, quem são seus melhores clientes e até que equipe ou qual advogado é mais produtivo.
Mais recentemente apareceram os robôs, mas o que eles fazem? Você pode pesquisar como determinado juiz, ou ministro do Supremo Tribunal Federal, julga determinado assunto e a partir daí fazer sua tese. Outra funcionalidade é trazer informações específicas sobre determinado assunto para a elaboração de uma petição e, em alguns casos, montar a própria petição com as informações passadas para o robô.
Ainda existe uma nova corrente que usa todas as informações possíveis que não estão relacionados ao Direito, mas sim ao problema em questão e apresenta uma petição com links para artigos, vídeos e até opiniões de outros juristas.
“Com a Advocacia 4.0, os ganhos em tempo e assertividade nas pesquisas são enormes, sem falar na comodidade de ter todas as informações a qualquer momento literalmente na palma da sua mão. Custos? Sim, alguns destes produtos são caros. É necessária uma infraestrutura de Tecnologia da Informação muito boa e investir pesado em treinamento”, afirma Magalhães.
E os escritórios pequenos como ficam? Existem hoje vários programas e softwares para todos os bolsos, inclusive gratuitos, patrocinados pelas associações de advogados.
“Além de tudo isso, e também muito importante, é a democratização da informação e do conhecimento. Porém, é importante conhecer a matéria e ser muito criativo nas soluções apresentadas, afinal pode-se encontrar resposta para tudo na internet, mas nem sempre o que é bom para um é bom para o seu cliente e o robô ainda não tem a intuição e não pensa, ele apenas dá o caminho e você decide”, finaliza Magalhães.