De acordo com relatório da KPMG sobre a inclusão de profissionais com deficiência, intitulado ‘Leading from the front disability and role of the board’, inúmeras empresas estão perdendo a oportunidade de contar com a experiência e habilidade desses indivíduos. O estudo conclui que há um longo caminho a percorrer para se alcançar efetiva equidade no universo corporativo.
O processo passa pela reflexão sistemática dos gestores sobre como a acessibilidade e a inclusão irão ajudá-los a encontrar perspectivas diferentes. Abrange, também, reconhecer os ganhos de incluir pessoas com deficiência nas estratégias corporativas e no desenvolvimento do design dos produtos. Isso contribuirá para a inovação e soluções criativas.
“Analisando as perspectivas, vemos que no Brasil o universo corporativo começa a reconhecer a importância da abordagem da inclusão de profissionais com deficiência. Não há mais necessidade de falar apenas de rampas, banheiros acessíveis, filas prioritárias e vagas de estacionamento reservadas, por exemplo. Isso, que causou debate no passado, já é visto como normal. Agora, o foco precisa ser enfrentar outros desafios, mudar para um novo patamar”, explica a sócia-líder da KPMG, Patrícia Molino.
O estudo salienta, ainda, ser preciso construir um contexto de responsabilidade para garantir que os líderes defendam e exerçam a inclusão de pessoas com deficiência. Isso proporcionará novas oportunidades de aprendizado e desenvolvimento. Com relação à organização, faz-se necessária maior responsabilização quanto às pessoas com deficiência, visando aprimorar a representação perante seus colaboradores, clientes e stakeholders.
“Precisamos entender melhor todo o processo que envolve pessoas com deficiência. O ponto principal é a questão da oportunidade em todo desenvolvimento. Atualmente, o poder de compra desse público no mundo, incluindo todos os seus familiares, é de oito trilhões de dólares. Entretanto, apenas 10% das empresas têm uma estratégia para atingir tal mercado”, ressalta a sócia da KPMG.
Há cerca de 1,3 bilhão de pessoas com alguma deficiência ou doença crônica no mundo, o que representa 15% da população global. No Reino Unido, o governo estima que dos 7,6 milhões de pessoas que têm alguma deficiência, 3,9 milhões estavam empregadas. Embora haja um déficit de aproximadamente 30% no número de vagas para pessoas com deficiência, houve um progresso relativo nessa área. Em 2019, o tema deficiência ganhou uma cobertura global nos níveis mais elevados das empresas (AI/KPMG).