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Internet é coisa do passado

em Opinião
segunda-feira, 16 de março de 2020

Luiz Felipe Teixeira (*)

Sua empresa faz negócios, se comunica com clientes, desenvolve projetos e muito mais por meio da internet.

Além disso, o número de brasileiros que a utilizam já chegou a 70% da população, o que equivale a 126,9 milhões de pessoas conectadas com a rede, de acordo com a pesquisa TIC Domicílios. Então por que dizer que é coisa do passado? A resposta é que a conexão mudou! A internet como as pessoas estão acostumadas a usar é coisa do passado. Quem ainda pensa que a largura de banda é que importa está vivendo no passado.

Hoje, o que interessa para que negócios continuem evoluindo e empresas se desenvolvendo e processando os dados de sua operação na velocidade que seus clientes exigem está totalmente relacionada a menor latência (tempo de resposta) e também a segurança com que trafegam seus dados e buscam suas informações. E essas são metas conquistadas por meio da conexão direta.

Para entender é preciso pensar que para se conectar ao servidor de um provedor de conteúdo, como o da Netflix, por exemplo, que fica nos EUA, a conexão passa por diversas redes, de diversos provedores no caminho até chegar nesse servidor, levando de 116 a 300 milisegundos para alcançá-la. Isso é rápido? Nas atuais exigências de conectividade, nem tanto.

Ao se conectar diretamente ao servidor da plataforma de streaming, sem passar por nenhum intermediário no caminho, esse tempo cai para 1 milionésimo de segundo. Neste caso em específico da Netflix, os servidores de CDN (Content Delivery Network) fazem esse trabalho e é um serviço até bem popular entre as operadoras e provedores de internet. Mas e quando se necessita acessar um conteúdo que não pode ser confinado?

A era da Conexão Direta proporciona a possibilidade de não mais se comercializar banda de internet com 50Mbps, 100Mbps ou 1Gbps como se fossem latas de tomate em uma prateleira, e sim de uma maneira extremamente customizada, flexibilizada e direcionada para resolver as dores de acesso do dia a dia da sua empresa como ela é, e não mais como a operadora impõe e você paga para ver se dará certo ou não.

Se sua empresa possui Office 365, porque não oferecer uma banda que tenha PNI (Private Network Interconnect) com a Microsoft? E se seu e-mail for do Google, não seria mais conveniente ter a certeza de que o seu provedor de internet tenha conexão direta com ele? E assim para tantos players como SalesForce, AWS, Oracle, Facebook, WhatsApp, IBM, Apple, Totvs, Magento dentre outros.

A sua empresa não mais pagará, por exemplo, R$2.000,00 para ter um acesso de 100mbps de internet dedicada. Arcará com esse valor para ter acesso direto a esses players sem se preocupar muito com quantidade de banda que seria necessária para se ter uma ótima experiencia de navegação.

Outro ponto muito importante é que com esse tipo de conexão, trabalhará de maneira indireta, antes mesmo de qualquer firewall, como um nível de segurança, porque, percorrendo um caminho menor e sem intemperes do “www”, a conexão fica menos exposta a invasões.

Essa é a nova maneira pela qual enxergo como o mercado da internet corporativa irá seguir. Oferecer esse serviço de maneira dedicada e milimetricamente customizada é garantir um relacionamento de longo prazo com o cliente, tendo a certeza de que conseguiu “descomoditizar” um mercado saturado de ofertas que não estão voltadas para proporcionar uma boa experiência ao seu usuário, somente ROI a qualquer custo.

Para tanto, é necessário que a operadora invista em redes ópticas estruturadas e faça um planejamento de tráfego e roteamento inteligente. Porque o resto é passado!

(*) – É diretor da Megatelecom, empresa que oferece serviços personalizados na área de telecomunicações (www.megatelecom.com.br).