Daniela Brocca (*)
Geração Alpha, IGeneration, a primeira a ser 100% digital, vibra em uma energia de transformação tecnológica. Marcadas pelo uso da tecnologia, as crianças nascidas após o ano de 2010 interagem com o mundo primeiramente por meio das telas de modo muito natural, muito antes de começarem a ler ou a usar uma folha de papel; aprendem fazendo e navegam perfeitamente nas telas.
Sem medo de teclar os botões, estas crianças aprendem surpreendendo os pais com a facilidade de utilizar os eletrônicos. Crescem com as vozes de Siri, Alexa e Google Assistant, pois no mundo dos Alphas, a interação se faz com inteligência artificial e assistentes de voz.
A geração Alpha prefere o mundo virtual ao mundo físico. Estas crianças estão constantemente mudando de comportamento e de preferências, pois acompanham a velocidade da informação deste mundo globalizado; importante observar aqui que, em um mundo onde todos se conectam, a proficiência em inglês acadêmico será essencial para o sucesso desta geração.
Os Alphas têm uma maneira de “pensar digitalmente” sobre como as coisas se conectam e divergem. Usam a tecnologia para aprender, interagir e demostrar o domínio de conteúdos avançados, conteúdos estes que as gerações anteriores ainda não dominaram pois a tecnologia não é apenas um brinquedo ou distração, mas um modo de viver, conectar e aprender.
Pesquisas mais recentes indicam que esta geração superará as habilidades tecnológicas de seus pais aos oito anos de idade e acredita-se que os aplicativos e a inteligência artificial usados pelos Alphas reduzirão o tempo necessário para fazer compras, tarefas, adquirir produtos e serviços e até realizar consultas médica, pois todas as informações estarão conectadas e interligadas. Desta forma, a geração Alpha terá mais tempo para a criatividade, a inovação e para o lazer.
Para esta geração é a experiência e a ação que levam à aprendizagem, não apenas instruções e perguntas baseadas em conteúdo. O conhecimento é adquirido fazendo e experimentando, “colocando a mão na massa”; desenvolver habilidades de pensamento crítico, desenvolver projetos e resolver situações-problema é o que motiva a geração Alpha.
É preciso compreender como esta nova geração aprende e como pensa para que possamos captar sua atenção e garantir uma aprendizagem efetiva.
A criatividade, a inovação, a descoberta e investigação são fatores essenciais para o engajamento desta geração. Fazer uso de metodologias ativa que enfatizam o protagonismo do aluno e potencializam o processo de ensino-aprendizagem é fundamental nos dias de hoje. Uma estratégia é gerar ideias de solução para determinada situação-problema; construir protótipos e testá-los são processos que motivam as crianças.
Aprendizagem colaborativa em pares, um ensinando o outro ou brainstorm de ideias permitem que os estudantes analisem possíveis soluções com diferentes pontos de vista e depois tomem decisões com base em seu próprio pensamento crítico pessoal e individual.
Esta geração espera significado e propósito por trás de seu aprendizado e busca experiências práticas e inovadoras, que estimulem a criatividade e que os levem a descobertas desconhecidas. Temas relacionados à tecnologia avançada, inteligência artificial, sustentabilidade, meio ambiente, problemas globais e bem-estar são alguns dos assuntos de interesse desta geração.
Mas fica o alerta: exposição precoce e o uso em excesso dos dispositivos eletrônicos podem ser prejudiciais à saúde. É preciso haver equilíbrio e acompanhamento da família de forma que se desenvolva um relacionamento saudável e produtivo com os gadgets.
(*) – É gestora educacional, graduada em administração e pedagogia, especialista em Neuropsicopedagogia, Coaching e Análise Comportamental e coordenadora do Ensino Fundamental Anos Iniciais do Colégio Marista São Luis.