Marcio Grazino (*)
O boletim Focus do Banco Central indica que os analistas esperam um forte crescimento da economia em 2020, comparado com 2019.
De acordo com o documento, enquanto o PIB deste ano não deve chegar a 1% (0,92%), a expectativa para o ano que vem é que ultrapasse os 2% (2,17%). Essa tendência de alta é verificada há algum tempo, já que o mesmo Focus havia registrado projeção de 2,08% uma semana antes e de 2% há um mês.
Os números registrados no segundo semestre justificam o otimismo. O Índice de Atividade Econômica do BC do terceiro trimestre, por exemplo, apurou um crescimento de 0,91%, superior aos 0,7% esperados pelo mercado.
Outros indicadores importantes como o crédito e o emprego estão tomando um rumo positivo e a atividade econômico mais forte no final deste ano, seguindo a tendência do semestre, ainda vai impulsionar os primeiros meses de 2020.
Toda essa revitalização ainda vem acompanhada de uma queda acentuada nos juros, chegando a 5%, o menor patamar da história, e com tendência de mais baixa, chegando a uma taxa de 4,25% no final de 2020, segundo o Focus. Esse ambiente é mais um estímulo para a economia. Mais do que conjuntura, no entanto, medidas estruturantes que estão sendo implantadas certamente vão estimular a economia.
A Reforma da Previdência vai trazer economia importante e dar mais fôlego para investimentos públicos fundamentais para sustentar taxas de crescimento mais elevadas, como na área de infraestrutura, por exemplo. Contas públicas mais saudáveis também aumentam a confiança dos investidores, que passam a financiar com vigor a produção.
Ao mesmo tempo, a diminuição de burocracia para a abertura e funcionamento das empresas, bem como a modernização de normas trabalhistas, tendem a impulsionar o empreendedorismo e a geração de empregos. Hoje, o país encontrou um rumo para a economia e deve preservar as orientações que facilitam os negócios, concentram os recursos públicos nas áreas em que são indispensáveis e estabelecem segurança jurídica para investidores.
Ao mesmo tempo, é importante que a administração pública observe com mais atenção as distorções na destruição de renda e atue com medidas para minimizar esses efeitos em curto prazo e promova a inclusão social com mais reformas estruturantes. Por fim, é fundamental que o país encontre um equilíbrio político.
As tensões que enfrentamos atualmente prejudicam qualquer tipo de projeto em curso e precisam ser superadas. Estabilidade fiscal e política, com um país unido.
É disso que precisamos para ter um 2020 muito melhor do que o 2019.
(*) – É diretor da Maximu’s Embalagens Especiais.