Lars Leber (*)
A data tornou-se um marco democrático quando se pensa em oportunidades de vendas no varejo, inclusive os pequenos e micro negócios, que com aproveitam esse grande giro de estoque conseguem investir em novos produtos.
Estimativas apontam que de novembro a janeiro o mercado brasileiro tende a aquecer com a BlackFriday, seguida pelo Natal e com a liberação de recursos das contas do PIS/Pasep e do FGTS vem o estímulo para o consumo. Dos cerca de R$ 30 bilhões que deverão ser sacados até o fim do ano R$ 9,6 bi podem chegar ao varejo, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Ainda segundo estimativas, para a consultoria GFK em 2019 a BlackFriday deve ter um aumento de 4% batendo a casa dos R$ 13,5 bilhões e para a CNC o Natal deve movimentar R$ 35,9 bilhões em 2019.
O cenário é animador e vale a pena focar nas vendas, no entanto, é fundamental lembrar que toda empresa precisa antes de tudo estar em dia com questões de compliance (estar em conformidade com leis e regulamentos externos e internos), o que assegura o melhor desempenho no fluxo operacional e financeiro da empresa.
É neste momento em que um componente mais que necessessário, imprescindível, deve mais do que nunca entrar em cena, o contador. Segundo pesquisa diagnóstica sobre contabilidade, realizada pelo SEBRAE, os contatos entre empreendedores e contadores acontecem em média 4,6 vezes ao mês, apenas para solucionar burocracias e problemas. São momentos como esses que abrem espaço para que os profissionais possam oferecer um verdadeiro serviço de consultoria contábil.
Ao ter sua gestão financeira acompanhada diariamente, o varejista passa a contar com a segurança na tomada de decisões e com isso identificar oportunidades como: quais produtos entrarão nas próximas promoções e liquidações, a margem de desconto, qual investimento em marketing e até mesmo pensar as promoções relâmpago de forma estratégica, para não colocar em risco o patrimônio.
Além da gestão financeira e contábil, existem dicas efetivas para os varejistas se prepararem antes da Black Friday, entre elas estão a validade de seu Certificado Digital, o teste da emissão das notas e cupons ficais, pois elas são um recibo obrigatório após qualquer transação de venda de produtos ou serviços, o ajuste no fluxo de recepção e entrega de mercadorias, negociar preços e condições junto aos seus fornecedores, preferencialmente casando o pagamento com recebimento dos clientes.
Os varejistas nas vésperas da fase mais rentável do ano precisam se certificar sempre de que estão tomando a melhor decisão para o negócio, o que só é possível a partir do controle financeiro constante. Por fim, o importante é não sair no prejuízo, caso não tenha condições de realizar a Black Friday é melhor se organizar antes, priorizar a marca e a reputação da empresa e estar 100% preparado para a data.
(*) É country manager da Intuit Brasil, empresa multinacional com sede na Califórnia (EUA) que oferece soluções para planejar e simplificar a vida financeira de pequenas empresas e pessoas que trabalham por conta própria.