Depois de leiloar US$ 26,9 bilhões das reservas internacionais nos últimos meses, o Banco Central (BC) venderá mais US$ 11,3 bilhões no mercado à vista em novembro. O dinheiro será usado para rolar (renovar) contratos de swap cambial tradicional (venda de dólares no mercado futuro) que vencem em janeiro. A venda direta de dólares das reservas representa um novo modelo de intervenção cambial com reflexos na política fiscal, ao reduzir os juros da dívida pública.
Um dos principais instrumentos do país contra choques externos na economia, as reservas internacionais estão atualmente em US$ 371,3 bilhões. No fim de agosto, quando o governo adotou a nova política, as reservas estavam em US$ 388 bilhões. Compradores comuns não podem adquirir dólares das reservas internacionais. Esse tipo de operação está restrita a dealers – grandes bancos e corretoras autorizados pelo BC para atender à demanda de dólares por grandes empresas e outras instituições financeiras.
O BC venderá dólares no mercado à vista e, ao mesmo tempo, comprará o mesmo valor em contratos de swap cambial reverso, que funcionam como compra de divisa no mercado futuro. Ao justificar a medida, o BC explicou que os swaps cambiais tradicionais são demandados por investidores que querem se proteger da volatilidade no câmbio. Ao vender menos swaps tradicionais e mais dólares das reservas externas, o governo paga menos juros da dívida pública federal (ABr).