O planejamento prevê a construção de mais 4 gigawatts de capacidade instalada para geração de energia elétrica por usinas nucleares. Foto: Divulgação/PAC
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, reafirmou que será definido ainda este mês o modelo de parceria com o setor privado que permitirá a retomada da construção da usina nuclear Angra 3. Ele acrescentou que o modelo será aproveitado na construção dos próximos projetos de usinas nucleares no país. O planejamento energético prevê a construção de mais 4 gigawatts de capacidade instalada para geração de energia elétrica por usinas nucleares, e esse montante pode, inclusive, aumentar na próxima revisão anual do planejamento, previsto para ser divulgado em 10 de dezembro.
“Acredito que o modelo que estamos em fase final de elaboração para a conclusão de Angra 3 será muito importante para dar viabilidade de novas usinas nucleares para o país nos próximos anos”, disse o ministro, em almoço com empresários na Associação Comercial do Rio de Janeiro. Após a definição do modelo, o Ministério de Minas Energia prevê que o edital para encontrar um parceiro para Angra 3 será publicado até o fim do ano, de modo que a assinatura do contrato e a retomada das obras possa se dar no segundo semestre de 2020.
Angra 3 deve começar a gerar energia em caráter de teste em 2025 e, em janeiro de 2026, começará sua operação comercial, quando de fato fornecerá energia elétrica ao Sistema Interligado Nacional. Mais de 60% da Usina de Angra 3 já foi construída, a um custo de quase R$ 10 bilhões. Para concluir a obra, no entanto, faltam mais R$ 15 bilhões em investimentos, que devem vir do parceiro privado, que será selecionado a partir da definição do modelo. A Eletronuclear calcula ainda que o custo de não concluir Angra 3 seria de mais de R$ 10 bilhões.
O governo avalia também a participação da iniciativa privada na mineração de urânio no Brasil. O ministro destacou que é preciso retomar a exploração desse minério no país, e a forma de reativar o setor está sendo estudada e deve ter resultados apresentados já nos próximos meses. A atuação da iniciativa privada, defendeu o ministro, deve se dar “de forma controlada e fiscalizada e em parceria com as Indústrias Nucleares do Brasil” (ABr).