O ministro da Economia, Paulo Guedes, e equipe, na audiência pública na Comissão Mista de Orçamento. Foto: Fabio Rodrigues/ABr
A equipe econômica já está trabalhando com uma previsão de crescimento de 1,5% neste ano, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes ontem (14), em audiência na Comissão Mista de Orçamento (CMO). A reformulação de expectativas, diante da demora na aprovação da reforma da Previdência, justificou a revisão das estimativas. “Quando o cenário foi feito em abril, havia expectativa de que a reforma tivesse rapidez e haveria recuperação econômica, com 2,7% de crescimento”, disse o ministro.
O ministro reiterou que o país está, há décadas, prisioneiro de uma armadilha de baixo crescimento, com a renda per capita crescendo abaixo de 1% ao ano nos últimos 30 anos. E que, somente a aprovação da reforma da Previdência e de outras reformas estruturais na economia brasileira permitirá a reversão desse quadro.
Segundo o ministro, quando os investidores perceberem que há futuro fiscal assegurado, que as reformas garantirão equilíbrio fiscal pelos próximos cinco, 10 e 15 anos, os investimentos privados retornarão à economia. Esse processo não ocorrerá apenas em projetos de infraestrutura, disse Guedes, mas também em áreas sociais, como educação, saúde e saneamento.
A desaceleração do crescimento econômico reduz as receitas do governo e torna necessário o contingenciamento (bloqueio) de verbas do Orçamento. Ele esclareceu que o bloqueio é temporário e não representa cortes definitivos e se disse confiante de que a aprovação das reformas melhorará o quadro fiscal.
“O crescimento [PIB] caiu para 1,5%, as receitas estão menores ainda. Aí começam os planejamentos de contingenciamento de verbas para frente. Não são cortes, são contingenciamentos. São preparatórios. Tenho recebido colaboração na interlocução com o Congresso, nos fóruns de governadores, de prefeitos. Estou confiante que o Congresso vai implementar reformas e que as reformas vão beneficiar a todos”, disse (ABr).