Patrícia Cavalcante (*)
Síndrome de Burnout, ansiedade e depressão, atrapalham a vida profissional e exigem mudança de hábito e autocuidado no ambiente de trabalho.
Em um mundo cada vez mais ágil e cheio de pressão, é comum discutirmos sobre como melhorar o rendimento no trabalho. Estamos muito preocupados em sermos os melhores possíveis, e talvez por isso o número de pessoas diagnosticadas com a Síndrome de Burnout é cada vez maior.
De acordo com a pesquisa do Top Employers Institute (2018), quando o assunto é hora extra, o Brasil se destaca com um número 15% maior em relação à média global, 22% maior em relação à América Latina. E para piorar, a média de implantação de programas antiestresse e de prevenção à ansiedade corporativa é de apenas 61% ante a média mundial de 82%. Portanto, neste Dia do Trabalhador, é preciso refletir.
A Síndrome de Burnout é um estado de extrema exaustão física, emocional e mental, conhecida também como “Síndrome do Esgotamento Profissional”, causada por excesso de trabalho, estar sob pressão e características de personalidade como a necessidade de estar no controle e perfeccionismo. Muito pior do que a fadiga comum, o esgotamento torna difícil para as pessoas lidar com o estresse e com as responsabilidades do dia-a-dia.
As pessoas que sofrem de burnout muitas vezes adotam uma visão pessimista em relação à vida e sentem-se desesperançosas. O burnout não desaparece sozinho e, se não for tratado, pode levar a doenças físicas e psicológicas graves, como depressão, doenças cardíacas e diabetes. Então, como melhorar o seu rendimento diante de situação tão adversa?
O Burbout, assim como outras doenças, pode ser evitado tomando autocuidados diários, que por sua vez vai garantir mais foco e performance durante as horas de trabalho. Mesmo se você estiver trabalhando por muitas horas, lembre-se de se dar pequenos intervalos. A melhor prática é estabelecer um tempo de trabalho e um tempo de relaxamento. A cada 40 minutos, por exemplo, de um passeio (mesmo que seja um curto para o outro lado do escritório) e de aos seus olhos um pouco de descanso de olhar para uma tela de computador o dia todo.
Exercícios de respiração podem trazer relaxamento e foco de acordo com a técnica empregada. Uma das mais estudadas é a respiração 4-4-4-4, ou seja inspire em 4 segundo, segure 4 segundos, expire em 4 segundos e segure mais 4 segundos. 2 ou 3 minutos dessa respiração pode ter um efeito significativo sobre sua disposição.
Além disso, procure ao menos uma vez durante o dia entrar em contato com a natureza, mesmo que seja numa rua arborizada fora do seu escritório. A ciência mostra que simplesmente olhar para a natureza nos torna melhores solucionadores de problemas e mais criativos. Para um impulso no rendimento dê preferência a opções naturais e alimentos.
O alecrim é fantástico para a memória, então tomar um chá de alecrim ou usar o óleo essencial dele é um recurso maravilhoso (basta colocar num difusor ou pingar umas gotas entre as palmas das mãos, esfregar uma na outra, e inspirar); a essência da flor de limão ajuda a focar a mente; chás como camomila ou hortelã podem ser uma opção calmante. Ashwaghanda é uma erva adaptógena que está associada ao alívio do estresse (especificamente sentimentos de nervosismo e exaustão). E o maracujá, na forma de essência, ou em forma de cápsula, ajuda a silenciar a vibração mental e a hiperatividade.
O exercício físico não é bom apenas para nossa saúde, mas também pode nos reequilibrar emocionalmente. Mini-exercícios e caminhadas curtas são maneiras convenientes de fazer do exercício um hábito diário. A pessoa também deve identificar o local em que rende mais, para algumas é com o convívio diário com seus colegas trabalho, já para outras serão mais produtivas em ambientes isolados.
De qualquer modo, é essencial tentar manter uma rotina de autocuidados, afinal o estresse pode ser inevitável, mas o esgotamento não.
(*) – É Médica Nutróloga do Espaço Volpi.