Bolsonaro durante inauguração do novo terminal de passageiros do Aeroporto Internacional de Macapá. Foto: Alan Santos/PR
O presidente Jair Bolsonaro questionou na sexta-feira (12) o reajuste de 5,7% no preço do óleo diesel anunciado na quinta (11), pela Petrobras. Bolsonaro disse que conversará com a direção da empresa para conhecer melhor a composição de custos do combustível no país. Ele negou qualquer tipo de intervenção do governo na estatal. A petroleira adiou o aumento.
“Eu não vou ser intervencionista, não vou praticar a política que fizeram no passado, mas eu quero os números da Petrobras. Tanto é que na terça-feira convoquei todas da Petrobras para me esclarecer porque 5,7% de reajuste, quando a inflação projetada para este ano está abaixo de cinco. Só isso, mais nada. Se me convencerem, tudo bem. Se não me convencerem, nós vamos dar a resposta adequada para vocês”, afirmou logo após inaugurar o novo terminal internacional do Aeroporto de Macapá.
O presidente disse que há preocupação com reajuste dos combustíveis pelo impacto no setor de transporte de cargas, afetando diretamente os caminhoneiros. “São pessoas que movimentam as riquezas de Norte a Sul, de Leste a Oeste, que têm que ser tratadas com o devido carinho e consideração. E nós queremos um preço justo para o óleo diesel”, acrescentou. O vice-presidente Hamilton Mourão julga ser “um fato isolado e justamente pelo momento em que estamos vivendo”. “Tenho visto alguns dados da pressão que havia do lado dos caminhoneiros. Bolsonaro está buscando a melhor solução para esse problema”, disse à rádio CBN.
A Petrobras informou que, “em consonância com sua estratégia para os reajustes dos preços do diesel divulgada em 25/3/2019, revisitou sua posição de hedge e avaliou ao longo do dia, com o fechamento do mercado, que há margem para espaçar mais alguns dias o reajuste no diesel”. A empresa disse ainda que manterá o alinhamento do combustível com o Preço de Paridade Internacional (PPI). Por causa do adiamento no reajuste, as ações ordinárias (direito a voto) e preferenciais da Petrobras registravam queda superior a 7% na Bovespa, na tarde de sexta-feira.
Com relação á morte do músico Evaldo dos Santos Rosa, assassinado pelo Exército no último domingo (7), Bolsonaro disse que “O Exército é do povo e não pode acusar o povo de ser assassino, não. Houve um incidente”. Lamentou a morte do “cidadão trabalhador, honesto” e disse que “está sendo apurada a responsabilidade”, porque no “Exército sempre tem um responsável. Não existe essa de jogar para debaixo do tapete. Vai aparecer o responsável”, acrescentou (ABr).