Colnago: o relatório de receitas e despesas apontará que a situação fiscal “está bem encaminhada”.
O ministro do Planejamento, Esteves Colnago, confirmou ontem (19) que a revisão de despesas do governo deverá abrir espaço para liberação de mais recursos para ministérios e outros órgãos federais ao longo dos próximos meses. O valor dessa folga orçamentária, que o ministro não quis antecipar, será confirmado amanhã (21), quando deverá ser publicado o relatório de avaliação de receitas e despesas do 4º bimestre.
“A demanda [por recursos] continua grande, mas vamos manter a racionalidade anterior e aquilo que for despesas obrigatórias serão privilegiados. Essa discussão será melhor aprofundada na semana que vem”, disse o ministro, após participar da cerimônia de comemoração dos 54 anos de fundação do Ipea. O próximo relatório deve apontar que a situação fiscal do país “está bem encaminhada” e a prioridade do governo deverá ser a construção de uma agenda de temas que serão discutidos no âmbito da equipe de transição para o próximo governo.
“A ideia é que o governo que for eleito tenha acesso a um amplo conjunto de informações, de forma transparente e fácil. [Queremos dar] o endereçamento para alguns pontos muito importantes e estratégicos”, explicou, fazendo referência a projetos de interesse do governo em tramitação no Congresso, sem, entretanto, citar um exemplo.
Após ser homenageado pelo presidente do Ipea, Ernesto Lozardo, o ministro elogiou a atuação da autarquia na definição de políticas públicas. “O Ipea é uma instituição de grande qualidade, mais de 90% do seu quadro é formado por mestres e doutores. Tem uma história de auxílio ao setor público, onde é um braço do pensamento estratégico do governo”, disse.
No balanço sobre as ações do Ipea, Colnago destacou o treinamento oferecido pelo órgão para os conselheiros de empresas estatais e defendeu um “redesenho” para o setor. “As estatais tem um orçamento que ultrapassa R$ 1 trilhão, é preciso ter uma gestão eficiente de recursos. Precisamos de um redesenho para as estatais, para permitir que elas tenham ganhos de produtividade” (ABr).