O cenário de elevadas incertezas e baixas expectativas de produtores e consumidores explica o mau desempenho do principal parque industrial do País na passagem de junho para julho, segundo Bernardo Monteiro, analista da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A indústria de São Paulo registrou uma queda de 1,1% na produção em julho ante junho, de acordo com os dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional. O movimento sucede à alta de 14,3% de junho, registrada após a queda de 11,8% de maio. As oscilações acentuadas foram consequência da greve de caminhoneiros, que resultou em bloqueio de estradas ao longo de 11 dias ao fim de maio.
“A produção paulista continua com crescimento gradativo em relação a bases de comparação anteriores”, afirmou Monteiro. O pesquisador ressalta, porém, que as perdas foram disseminadas entre as 18 atividades investigadas no Estado. A indústria local opera 17,3% abaixo do pico de produção registrado em março de 2011. São Paulo responde por pouco mais de um terço de toda a indústria nacional.
Também houve queda nos outros três maiores parques fabris do Brasil: Rio de Janeiro (-0,3%), Minas Gerais (-1,0%) e Paraná (-1,3%). Juntos, os quatro Estados detêm mais de 60% de toda a produção industrial brasileira. Na média global da indústria, a perda foi de 0,2% na produção em julho ante junho, com recuos em oito dos 15 locais pesquisados. Os demais decréscimos ocorreram em Goiás (-2,1%), Mato Grosso (-0,9%), Ceará (-0,2%) e Pernambuco (-0,2%).
Por outro lado, a produção cresceu no Espírito Santo (5,8%), Rio Grande do Sul (4,6%), Pará (2,7%), Amazonas (2,5%), Santa Catarina (1,9%), Bahia (1,0%) e Região Nordeste (0,5%) (AE).