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Descomplique o leilão: os 5 passos que todo comprador deve seguir

em Artigos
segunda-feira, 30 de julho de 2018

André Zukerman (*)

A popularização dos leilões de imóveis pela Internet remodelou este segmento ao longo dos anos.

Se antes o perfil do comprador era de um investidor interessado em revender o imóvel em busca de lucro, hoje cada vez mais o consumidor final recorre a esta modalidade para comprar a casa própria e sair do aluguel. Os descontos (chegam a 60% do valor do mercado) e a praticidade de fazer tudo online realmente são vantajosos, mas o cidadão precisa ficar atento para realmente concretizar um bom negócio.

Veja cinco passos essenciais que se deve seguir antes de o lance:

1 – Sempre leia o edital antes – Este documento contém todas as informações necessárias sobre o procedimento e imóvel que será leiloado, como a data do evento, o valor mínimo, características do vendedor, as responsabilidades de cada parte, os impostos e dívidas, entre outros pontos importantes. A leitura do edital pode sanar algumas de suas principais dúvidas e evitar a falta de conhecimento de algum detalhe importante;

2 – Verifique a condição do imóvel – O ideal é visitar o imóvel antes de tentar adquiri-lo até para saber as reais condições do local, mas há um ponto de atenção: muitas ainda estão ocupados. Você deve levar em conta o tempo de desocupação e a possibilidade de possíveis reformas. Na maioria das vezes é o arrematante do leilão que ficará responsável por entrar com ação judicial para a desocupação – e o tempo desse processo varia em cada caso. Portanto, caso esteja com pressa para mudar de casa dê preferência a imóveis desocupados;

3 – Entenda a diferença entre leilão judicial e extrajudicial – São as duas modalidades existentes. O judicial é realizado por determinação do juiz para ação de execução do bem em caso de processo de falência, dívidas de condomínios, entre outros. O extrajudicial pode ter diversas fontes, como patrimônios de instituições financeiras, empresas, outra pessoa física ou por alienação fiduciária (quando o imóvel é dado de garantia a um banco ou instituição financeira). Entender essa diferença é importante para saber quais as obrigações do arrematante;

4 – Levante as dívidas e os riscos – Os preços realmente são abaixo do mercado, mas é preciso fazer uma pesquisa detalhada para ver se o desconto compensa todos os custos que podem estar envolvidos no negócio. Em alguns imóveis será necessário investir para reformar o espaço. Também podem haver dívidas relacionadas à propriedade, como IPTU e taxas de condomínio, que em alguns casos passam a ser de responsabilidade do comprador. Portanto, vale a pena conferir essa questão antes de dar um lance;

5 – Faça um planejamento financeiro – Por fim, calcule quanto você pode realmente gastar sem comprometer sua renda e liste todas as dívidas envolvidas. No leilão, defina um valor máximo de oferta, mesmo que a oportunidade seja boa. Além disso, atente-se à forma de pagamento estipulada no edital: alguns imóveis só podem ser quitados à vista, enquanto outros podem ser financiados. Lembre-se também que deve ser paga a comissão do leiloeiro na hora da arrematação.

Um bom negócio só é realmente vantajoso quando a pessoa consegue usufruir do bem e mantém uma condição financeira estável.

(*) – É diretor da Zukerman Leilões, empresa referência em leilões imobiliários (www.zukerman.com.br).