O presidente executivo da Plural (antigo Sindicom), Leonardo Gadotti, reiterou a posição da entidade de que a aprovação do projeto que permite a venda direta de etanol pelos produtores aos postos de combustíveis não vai gerar preços menores na bomba.
“É uma falácia essa visão de que o produto chegará mais barato. Os estudos não mostram isso”, diz Gadotti. “Haveria perda de controle de qualidade e de controle de processo”.
O plenário da Câmara rejeitou na noite da quarta-feira (20), a urgência do projeto. Eram necessários 257 votos favoráveis para a urgência, mas só houve 213 apoios. Outros 98 deputados votaram não e três se abstiveram. De qualquer maneira, os 213 votos a favor da urgência indicam 213 votos a favor do projeto, de forma que, segundo Gadotti, há risco de o projeto ser de fato aprovado.
No Senado, ele foi aprovado por 47 votos a favor e apenas 2 contra. “É preocupante um projeto dessa natureza que mexe no setor todo. É uma medida eleitoreira, eu não tenho dúvida”, diz. “Por que uma medida de urgência em um projeto tão importante, em um processo no qual não se escuta ninguém?”. Em Brasília, a Plural tem trabalhado no sentido de esclarecer que a aprovação poderá criar um “buraco tributário”. “Por que o congresso fecha os olhos em um momento tão difícil para a arrecadação?”, questiona.
A entidade solicita que a discussão envolva um controle no recolhimento de impostos. “É necessário fazer pagar imposto, para que não seja criada uma competição desleal”, diz (AE).