“Superamos a negociação”, diz Padilha sobre acordo com caminhoneiros
O processo de negociação com os caminhoneiros foi encerrado, e o governo espera agora a retomada do abastecimento do país, disse ontem (28) o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha “Superamos o processo de negociação”, afiirmou em entrevista coletiva no Palácio do Planalto. “Começa a haver retomada, mas ainda não é o que gostaríamos que acontecesse. Ainda [está] lento”, ressaltou. Segundo o ministro, dos 1,2 mil bloqueios, 728 foram desfeitos, o correspondente a 56%. Ainda restavam, até as 10h de ontem, 557 pontos de mobilização. “Temos que fazer com que nossos motoristas fiquem conscientes do quanto são importantes e o quanto necessitamos que voltem à normalidade as nossas estradas”, destacou. O ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, Carlos Marun, reforçou: “A greve está resolvida. Precisamos agora que os caminhoneiros voltem a trabalhar e até alguns possam voltar a trabalhar porque temos notícias de constrangimento em alguns pontos”. Segundo o ministro, em alguns trechos, há infiltrados no movimento com interesses políticos. Marun afirmou que as lideranças estão cumprindo o acordado, transmitindo mensagens com “as conquistas históricas” obtidas pelos caminhoneiros. “A sociedade não pode ser sacrificada pelo abastecimento”, completou. O governo informou ainda que o reabastecimento dos estoques não virá imediatamente, mas paulatinamente. Os ministros ressaltaram que as entidades firmaram acordo e que agora estão informando os caminhoneiros. A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), uma das entidades que não haviam aceitado a proposta inicial, confirmou a assinatura do novo acordo para pôr fim à paralisação dos caminhoneiros autônomos. O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, anunciou que, para cumprir o acordo, a carga tributária será redistribuída. O custo da redução do preço do diesel em R$ 0,46 por litro deve ficar em R$ 9,5 bilhões este ano. O ministro afirmou ainda que não há “disponibilidade fiscal” por parte do governo para fixar mais reduções de preços de combustíveis. Atendendo aos caminhoneiros, Temer informou, entre outras medidas, que o preço do óleo diesel será reduzido em R$ 0,46 por litro nas bombas por 60 dias. Outra medida é isenção da cobrança de pedágio para os caminhões que circularem com eixo suspenso em todo o país (ABr) |
Conservador e ex-guerrillheiro disputam 2º turno na ColômbiaOs 36 milhões de eleitores colombianos voltarão às urnas no dia 17 de junho para escolher o próximo presidente entre dois candidatos: um de direita e outro de esquerda, com propostas politicas e econômicas diferentes. O advogado conservador Iván Duque venceu o primeiro turno no domingo (27) com 39% dos votos. O ex-guerrilheiro Gustavo Petro ficou em segundo lugar, com 25% dos votos. Ambos esperam atrair os simpatizantes do matemático Sergio Fajardo, candidato de centro-esquerda, que surpreendeu conquistando quase 24% dos votos. A disputa pelos votos dos candidatos mais moderados, excluídos do segundo turno, já começou. Duque e Petro têm algo em comum: uma mulher como vice. Mas o divisor de águas é o acordo de paz, assinado há dois anos, entre o governo e as Farc. O documento encerrou meio século de guerra civil: 7 mil guerrilheiros depuseram suas armas, em troca de anistia e o direito de formar um partido politico com a mesma sigla, com dez assentos garantidos no Parlamento até 2026. Assim como seu padrinho politico, o ex-presidente Alvaro Uribe – Duque foi um duro crítico do acordo, por achar que foram feitas demasiadas concessões aos ex-guerrilheiros. No discurso, comemorando a vitória no primeiro turno, ele ressaltou que não vai destruir o documento, assinado em 2016, pelo atual presidente, Juan Manuel Santos, e Rodrigo Londoño, o líder das Farc, conhecido por Timochenko. o candidato deu a entender que vai rever o perdão a ex-guerrilheiros que financiaram suas atividades com o narcotráfico. Ele também se comprometeu a combater a corrupção – um dos pilares da campanha de Fajardo. Petro apoia o acordo de paz: ele é a prova de que pode funcionar. Antes de ser legislador e prefeito de Bogotá, ele foi guerrilheiro do M-19. O grupo aceitou depor as armas em 1990, para formar um partido politico. No discurso, apos o primeiro turno, ele destacou a importância de uma Colômbia com propostas diversificadas, e não apenas um único modelo de país. O candidato propõe reduzir a dependência da economia colombiana no petróleo e carvão, além de cobrar impostos aos latifúndios improdutivos e investir em produção. Petro falou da importância da educação – a principal bandeira defendida por Fajardo (ABr). Comissão rejeita alterações na Lei de ImprensaA Comissão de Comunicação e Informática da Câmara rejeitou proposta que revoga os artigos da Lei de Imprensa, que impõem limites à reparação por dano moral ocasionado por negligência, imperícia ou imprudência de jornalista ou empresa jornalística. O autor do projeto, deputado Alberto Fraga (DEM-DF), argumenta que a Constituição assegura direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem, sem prever limitação de valor, e que o juiz que deve arbitrar o valor, de acordo com o dano causado. Porém, o relator, deputado Arolde de Oliveira (PSD-RJ), argumenta que o STF entendeu, em 2009, que Lei de Imprensa não foi recepcionada pela Constituição de 1988 e, com isso, a lei já não mais existe no ordenamento jurídico brasileiro. O relator destacou que a Lei foi aprovada em 2015 com o objetivo de disciplinar o direito de resposta ou retificação do ofendido por matéria divulgada, publicada ou transmitida por veículo de comunicação social. Por isso, o parecer dele foi pela rejeição da matéria. “O tema já é tratado em recente legislação ordinária com o mesmo objetivo do pretendido pelo autor do projeto”, disse Arolde de Oliveira. A proposta será analisada, conclusivamente, pela Comissão de Constituição e Justiça (Ag.Câmara). | Venda de bebidas alcoólicas com aditivosA Comissão de Seguridade Social da Câmara rejeitou o projeto do deputado Mário Heringer (PDT-MG), que proíbe a importação e a comercialização no País de bebidas alcoólicas que contenham aditivos como corantes, aromatizantes e flavorizantes. Também rejeitada pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, a proposta deverá ser arquivada, a menos que haja recurso contrário ao arquivamento. Para o autor, a medida ajudaria a evitar a dependência de jovens pelo álcool. Porém, o parecer do relator, deputado Mandetta (DEM-MS), foi contrário à matéria. Segundo ele, normas da Anvisa e do Ministério da Agricultura, já fixam critérios para a classificação e registro de bebidas alcóolicas, parâmetros de qualidade a serem atendidos, além de regras para a rotulagem dos produtos. A deputada Flávia Morais (PDT-GO) apresentou voto em separado, favorável ao projeto. Ela cita pesquisa realizada em 2012 pelo IBGE com alunos do 9º ano do ensino fundamental, a qual mostrou que 50,3% deles já haviam ingerido ao menos uma dose de bebida alcoólica. “Urge a tomada de medidas direcionadas à proteção dos jovens brasileiros”, defendeu (Ag.Câmara). Projeto incentiva a contratação de maiores de 55 anosA Comissão de Direitos Humanos do Senado volta a se reunir amanhã (30), quando analisará uma pauta de 16 itens. Entre eles o projeto do senador licenciado Cidinho Santos (PR-MT), que estabelece cotas e políticas de incentivo às empresas para a contratação de trabalhadores com 55 anos de idade ou mais. De acordo com o texto, que tem o parecer pela aprovação feito pelo senador Paulo Rocha (PT-PA), empresas com número de funcionários entre 26 e 50 deverão ter ao menos um com 55 anos de idade ou mais. Esta cota sobe para 5 nas empresas que tenham entre 51 e 100 empregados. E nas companhias que possuem mais de 100 funcionários, a cota será de 5% das vagas. O projeto veda o uso desses funcionários em atividades insalubres de grau máximo. Eles também não poderão ter seus contratos rescindidos sem justa causa caso faltem 6 meses ou menos para obtenção da aposentadoria. A proposta prevê a adoção de duas políticas de incentivo. A primeira reduz em 50% o encargo com o vale-transporte. A segunda reduz em 50% a contribuição devida pela empresa sobre a folha salarial desses empregados. A contribuição reduzida, no entanto, só terá validade quando o crescimento do PIB anual for inferior a 2%. No relatório, Paulo Rocha aponta a grande dificuldade de conseguir emprego que têm os trabalhadores na faixa etária acima de 55 anos. “A renúncia fiscal neste caso é defensável, pois mantém o trabalhador na condição de empregado, ainda que com contribuição menor da empresa, em vez de admitir passivamente que passe à condição de desempregado beneficiário. No que se refere às contas públicas, é melhor receber um pouco menos do que gastar muito mais”, aponta (Ag.Senado). Congresso recebeu MPs do acordo com caminhoneirosO Congresso Nacional recebeu na manhã de ontem (28) as três medidas provisórias assinadas pelo presidente Michel Temer que resultaram do acordo com os caminhoneiros para por fim à greve nacional iniciada no dia 21. Além das MPs, o governo anunciou a redução de R$ 0,46 no preço do litro do diesel por 60 dias. A redução do preço do combustível é um dos pontos principais da pauta dos grevistas. A MP 831/18 reserva 30% do frete contratado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para cooperativas de transporte autônomo, sindicatos e associações de autônomos. Os transportadores serão contratados sem licitação. A Conab utiliza as transportadoras para movimentar grãos pelo País e garantir o abastecimento de todas as regiões. Os serviços de transporte são contratados por leilão eletrônico. A MP 832/18 institui a Política de Preços Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas, com a finalidade de promover condições razoáveis à realização de fretes no território nacional. Segundo o texto, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicará duas tabelas por ano (dias 20 de janeiro e 20 de julho) com os preços mínimos dos fretes por quilômetro rodado. Por fim, a MP 832 estabelece que os preços do frete fixados pela ANTT terão natureza vinculativa e a não observância deles sujeitará o infrator a indenizar o transportador pelo dobro do que seria devido, descontado o valor já pago (Ag.Câmara). |