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Compartilhar notícias falsas pode comprometer seu emprego

em Artigos
terça-feira, 22 de maio de 2018

Fernanda Andrade (*)

Uma das maiores preocupações do mundo digital, atualmente, são as fake news. No ambiente de trabalho, elas eram conhecidas como a “rádio-peão”.

São informações falsas proliferadas sem a preocupação com sua origem ou veracidade. Para combatê-las, nada melhor que o senso crítico e a educação virtual. Devido ao grande avanço da tecnologia e internet, tornou-se comum receber fake news em mensagens no WhatsApp e nos feeds de notícias do Facebook, Twitter e demais redes sociais. Elas podem ser usadas para aplicar golpes, espalhar vírus e dúvidas infundadas, influenciar opiniões e até manipular o cenário político.

Só para ter uma ideia do tamanho do problema, o compartilhamento de fake news deve começar a ser punido com multas e até a prisão em alguns países. No Brasil, por hora, seu maior impacto talvez seja na vida profissional de quem espalha essas informações falsas. As fake news que você repassa podem ser veneno para sua carreira. Não se deve acreditar em tudo que se lê, pois ao espalhar essas notícias falsas sua imagem se atrela a elas. Isso compromete emprego, chances de recolocação, e até mesmo a imagem profissional a longo prazo.

Antes de clicar em “compartilhar” ou “publicar” algo, é bom pensar nas consequências. Tudo que é dito online, sobretudo se estivermos em uma rede social profissional, pode e será usado contra ou a seu favor. Uma boa dica é sempre checar a fonte, verificar se ela veio de um veículo que garanta credibilidade.

É importante se tomar muito cuidado ao compartilhar notícias com base apenas em um título chamativo, ou uma opinião pouco embasada, sem ao menos ler a informação completa, e buscar saber se aquilo condiz com a realidade. Não encaminhe áudios sem fontes, não compartilhe correntes sem checar a veracidade dos fatos e preste muita atenção no endereço da notícia. Evite sites conhecidos por serem sensacionalistas e preste atenção na formatação e na ortografia da matéria, dentre outros cuidados básicos.

Outro ponto de atenção são as informações ligadas à política. Se possível, não compartilhe informações desse tipo, sobretudo em redes profissionais. Elas são sempre controversas, mexem com pontos de vista de muitas pessoas, e às vezes até quando são informações verdadeiras, corre-se o risco de ofender alguém, inclusive seu empregador.

Nunca fomente discussões desse cunho. Por vezes, você pode nem dizer algo ofensivo, mas as discussões que podem se seguir na linha da postagem podem ganhar peso negativo, e você não tem controle sobre isso. Deixar sua imagem atrelada ao que os outros estão dizendo é um risco que se corre à toa.

Outro ponto importante é jamais falar mal da empresa onde trabalha ou já trabalhou. Grandes empresas têm funcionários especializados em analisar qualquer menção à empresa em redes sociais. Ou seja, você será observado. No final de contas, se você publica algo falso ou ofensivo, mesmo que posteriormente apague, isso será visto por um número considerável de pessoas.

O cuidado deve ser prévio e algumas dicas são bem vindas: não leia só o título, verifique o autor, verifique se conhece o site e se o mesmo é confiável, observe se o texto contém erros ortográficos, veja a data de publicação, verifique outras fontes e tome cuidado com o sensacionalismo. Os profissionais devem compreender que quando estão nas redes sociais, devem tomar o máximo de cuidado para não criar uma imagem negativa.

Entrar em espaços de conteúdo duvidoso, compartilhar notícias falsas e até participar de debates políticos de baixo nível são posturas que devem ser abandonadas. O profissional deve ser reconhecido pelas atitudes positivas e não por polêmicas e postagens duvidosas. Quanto maior for a exposição de uma pessoa nas redes sociais, mais vulnerável ela fica. Critério em relação à exposição é imprescindível.

Quem gosta e precisa se expor, que o faça com qualidade, orientação e bom senso. É preciso olhar de modo crítico para as informações compartilhadas e analisar se o conteúdo é coerente com o seu discurso profissional, se é favorável a novos negócios. Sua imagem na web vale mais que 1000 likes.

(*) – É Gerente de Hunting e Outplacement da NVH – Human Intelligence (http://nvh.com.br/2017/human/).