O governo brasileiro mantém a expectativa de que os Estados Unidos não prossigam com a aplicação de restrições às importações de aço e alumínio do Brasil. A afirmação foi feita em nota conjunta dos ministros da Indústria e Comércio, Marcos Jorge, e das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira. “O governo brasileiro mantém a expectativa de que os EUA não prossigam com a aplicação de restrições, preservando os fluxos atuais do comércio bilateral nos setores de aço e alumínio. Em todo caso, seguirá disposto a adotar, nos âmbitos bilateral e multilateral, todas as ações necessárias para preservar seus direitos e interesses”, diz a nota.
Segundo a nota dos ministros, o governo brasileiro esclareceu, nas negociações com os Estados Unidos, que “os produtos do Brasil não causam ameaça à segurança nacional” daquele país. “Ao contrário, as indústrias de ambos os países são integradas e se complementam. Cerca de 80% das exportações brasileiras de aço são de produtos semiacabados, utilizados como insumo pela indústria siderúrgica norte-americana”, acrescenta a nota.
“As empresas brasileiras vêm fazendo grandes investimentos nos EUA e já são responsáveis por parcela relevante da produção e dos empregos no setor siderúrgico americano. Ao mesmo tempo, o Brasil é o maior importador de carvão siderúrgico dos Estados Unidos (cerca de US$ 1 bilhão em 2017), principalmente destinado à produção brasileira de aço exportado àquele país”, salienta a nota.
No caso do alumínio, diz a nota, as exportações brasileiras são muito reduzidas. “E foi salientado que, nos últimos anos, os EUA vêm obtendo superávit no comércio de alumínio com o Brasil. Além disso, recordou-se que as indústrias nos dois países são complementares, uma vez que o Brasil fornece matéria-prima para os EUA nesse setor”, destaca.
“Em termos gerais, argumentou-se que eventuais medidas restringiriam as condições de acesso ao mercado dos Estados Unidos e causariam prejuízos às exportações brasileiras de alumínio e aço, com impacto negativo nos fluxos bilaterais de comércio, amplamente favoráveis aos Estados Unidos em cerca de US$ 250 bilhões nos últimos dez anos”, afirmaram os ministros. “Quaisquer medidas restritivas que venham a ser adotadas serão de responsabilidade exclusiva do governo” dos Estados Unidos. “Não houve ou haverá participação do governo ou do setor produtivo brasileiro no desenho e implementação de eventuais restrições às exportações brasileiras”, salientam (ABr).
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